O que é o seguro contra todos os riscos
O Seguro Automóvel contra todos os riscos é aquele que abrange todas as coberturas promovidas pela seguradora. Mas na verdade, nenhum seguro cobre todos os riscos!
O Instituto de Seguros de Portugal já determinou a proibição do uso da expressão “seguro contra todos os riscos” por parte de mediadores e seguradoras. Uma medida tomada em junho de 2010, considerando o organismo que é abusivo falar nesses termos quando nenhum seguro abrange a totalidade dos riscos. No fundo, é publicidade enganosa, uma vez que se cria uma falsa expectativa nos condutores.
Por norma, quando se refere este tipo de seguros contra todos os riscos, está-se a falar nas coberturas semelhantes ao seguro de reponsabilidade civil, que cobre os danos a terceiros, e os danos próprios do condutor. Este último ponto pode abranger tanto danos menores, como riscos ou mossas, como a destruição total do veículo, e aplica-se mesmo quando a culpa é do próprio condutor.
Quais as coberturas deste seguro
De um modo geral, em quase todas as seguradoras, há a possibilidade de contratualizar coberturas para casos de choque, colisão e capotamento, incêndio, raios, explosões, roubo. Ou ainda quebra isolada de vidros, greves, tumultos e alterações da ordem pública, actos de terrorismo e de vandalismo. E algumas companhias oferecem também serviços adicionais como a defesa em caso de multa, o veículo de substituição, a assistência mecânica, além da típica assistência em viagem.
Cada seguradora disponibiliza aos seus clientes uma múltipla oferta de “extras” associados à Responsabilidade Civil Obrigatória. E por isso, importa atentar a todos os pormenores antes de se vincular a um seguro determinado. Leia as letras pequeninas com particular atenção, verificando se o pacote global é assim tão completo como o querem fazer parecer.
Se é um condutor que não olha ao dinheiro e se para si o preço do seguro não importa, deve apostar num Seguro Automóvel mais completo, do que a mera Responsabilidade Civil Obrigatória. Mas convém que analise se não está a vincular-se a mais coberturas do que precisa, pagando mais desnecessariamente. Será que precisa de contratualizar uma cobertura de actos de terrorismo vivendo em Portugal, um país onde esse tipo de acontecimentos são extremamente raros?
Cuidado com os enganos!
Deve lembrar-se que as seguradoras promovem um produto com o intuito de fazerem lucro, embora sejam prestadoras de um serviço que é, à sua medida, um garante da ordem pública.
Quando promovem um “seguro contra todos os riscos”, as companhias da actividade estão, na verdade, a vender um pacote de coberturas mais amplo, capaz de abranger um maior número de situações e circunstâncias. Mas isso não significa que todas as possibilidades estão previstas. E quantos mais “extras” escolher, mais soma ao valor global que terá que pagar pelo seu Seguro Automóvel.
E se nada é garantido na vida, também é preciso reconhecer que não é possível precaver todos os riscos, seja em que âmbito for. Mesmo que seja um condutor responsável, e precavido, terá que concluir que, no fim de contas, o verdadeiro seguro de um automobilista é a sua própria responsabilidade na estrada.